Manifesto
Havia uma adolescente de doze anos, esperta, inteligente, sociável, que estava um pouco obesa. Aparentemente ela não tinha problema com sua obesidade. Era uma boa aluna, participativa e respeitada entre seus colegas. Certa vez, sua vida sofreu uma grande guinada. Ela foi mal numa prova. Procurou a professora e questionou a sua nota. A professora, que estava irritada por outros motivos, desferiu-lhe um golpe mortal que modificou para sempre a sua vida, chamando-a de "gordinha pouco inteligente" na frente dos colegas. Corrigir alguém publicamente já é grave, humilhar é dramático. Os colegas debocharam da jovem. Ela sentiu-se diminuída, inferiorizada, e chorou. Viveu uma experiência com alto volume de tensão que foi registrada privilegiadamente no centro da memória, na memória de uso contínuo. Se considerarmos a memória como uma grande cidade, o trauma original produzido pela humilhação da professora foi como uma casa de favela edificada num belo bairro. A jovem leu continuamente o arquivo que continha esse trauma e produziu milhares de pensamentos e reações emocionais de conteúdo negativo, que foram registrados novamente, expandindo a estrutura do trauma. Deste modo, uma "casa de favela" na memória pode contagiar um arquivo inteiro. Portanto, não é o trauma original que se torna o grande vilão da saúde psíquica, como Freud pensava, mas a realimentação dele. Cada gesto hostil das outras pessoas era relacionado pela adolescente com seu trauma. Com o decorrer do tempo, ela produziu milhares de casas de favelas. Onde havia um belo bairro no inconsciente foi se criando um terreno desolado. Os adolescentes devem se sentir bonitos, mesmo que sejam obesos, portadores de um defeito físico, ou se seu corpo não preenche os padrões de beleza transmitidos pela mídia. Beleza está nos olhos de quem vê. Mas, infelizmente, a mídia massacrou os jovens definindo o que é beleza no inconsciente deles. Cada imagem dos modelos nas capas das revistas, nos comerciais e nos programas de TV é registrada na memória, formando matrizes que discriminam quem está fora do padrão. Este processo aprisiona os jovens, mesmo os mais saudáveis. Quando estão diante do espelho, o que é que eles observam? Suas qualidades ou seus defeitos? Freqüentemente, seus defeitos. A mídia aparentemente tão inofensiva discrimina os jovens...
(extraído do livro "Pais brilhantes... Professores fascinantes"
Estou no manifesto dessa maneira, estou lendo esse livro, até porque não me sinto a melhor mãe do mundo e procuro informações pra me aperfeiçoar nessa arte... E como a Valérie disse, parece que o universo conspirou a favor dessa blogagem coletiva, pois cheguei a essa leitura que está bem aí em cima no dia de ontem!! Justamente quando estava já pensando no que manifestar!! É isso mesmo, estamos tentando dessa forma, mudar até o nosso próprio jeito de pensar! Notícias recentes nos mostram que anorexia mata, que magrelas estão sendo proibidas de desfilar, que a saúde deve vir em primeiro lugar, mas não devemos também agir como nossos avós que amavam as bochechas gorduchas de seus filhos, achando que gordos, eles estavam saudáveis, não somos porcos!!! Minha professora da academia sempre usa o exemplo do gato, quanto mais gordinho e preguiçoso, mais lindo é!!! Porque nós fizemos tudo diferente, porque deixamos que isso acontecesse??? Agora não dá pra voltar e mudar o passado, o importante é daqui pra frente!!!!!! Vamos mudar?
11 Comments:
Oi ge !!!
Nossa como esta filosofica, mas e verdade mesmo, muitas vezes somos julgados pela nossa aparencia e não pela nossa inteligencia, temos que mudar isso de uma vez por todas. Ja estou sabendo das novidade e fiquei muito feliz, vc merece.Beijos
Elisa
Parece ser muito interessante esse livro, eu tenho ele em e-book vou imprimir pra ler nas férias! ;-)
Geisa, tb estou participando do manifesto...que na minha opinião veio numa boa hora. Desde que li o livro de August Curry fico pensando em quanto mal essa busca pelo padrão de beleza imposto pela mídia já me fez mal. É difícil ser uma adolescente diferente dos padrões, traços finos, cabelos longos e lisos, corpo esguio e por aí vai. Precisamos mudar a nossa mentalidade e não nos deixar abater com tudo isso. Não se acomodar, lutar...mas sem "nóias" e cobranças em excessos. Beijos!! Bom fim de semana!!
QUERI...ADOREI SEU POST ,TBEM ESTOU NO DESAFIO SE DER PASSA LA.
BJOS
Oi minha querida, somos da mesma cidade, rs Seria legal um encontro light, o que acha?
Aqui tb mora a Jujuba e a Lu Russa é de perto. O que acha?
Eu amei este livro do pais brilhantes.. O autor é otimo!
Beijos
Sabe, que de certa forma isso reflete minha adolescência? Qdo tinha 12 anos eu tinha os peitos grandes para minha estrutura 1,58. Aí estava passando por trás da cadeira do professor, qdo ele soltou a seguinte frase:
Cuidado Rubia de vc não vai conseguir passar, prq os peitos não deixam. Meu, isso acabou comigo, sorte minha é que a sala só tinha meninas e foi menos constrangedor.Já era recalcada por ter os peitos grandes, imagina qdo descobri que o professor sabia que eu tinha os peitos grandes, qdo caiu a ficha de que ele sabia.
Foi horrível, foi por essa e outras que qdo tinha 16 anos fiz mamoplastia, aí o médico disse que não poderia amamentar, qdo que uma menina de 16 anos quer amamentar? Tive meu filho e sofri por não amamentá-lo. Fora as quelóide que tenho na cicatriz.
Bjão.
As palavras tem muito poder, depois de proferidas não tem como voltar atrás!
Oi Geisa!
Passei pra desejar um bom findi.
Bjs,
Leka
A tese é boa.Não sei se é verdadeira.O que sei é que não achamos roupa para comprar em loja nenhuma e as mocinhas não tem capacidade para brigar para haver mudança então emagrecem para caber dentro da roupa. Aí vira uma corrente.mas vc tem razão : è preciso mudança .
Vamos mudar! Ja estamos mudando! Vamos emagrecer, mas para nosso bem estar, nao para ficar parecida com a menina da revista, pq aquela beleza nao existe. Eh tudo feito de computador! Mil beijos!
Tenho duas filhas uma magrinha como fui no passado e uma gordinha como eu sou agora... tento ensinar a uma e a outra sobre essas diferenças... e fazer com que entendam que amo as duas de maneira igual...adorei seu post!!!...beijão!!!
nossa fiuei com os olhos cheios de água...já passei por coisa parcida e o gozado é que me lembrando desse fato hj "vi" qu a professora era obesa...mas estou tentando reconstruir meus terrenos...
beijos
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